"Entregar a palavra ao outro, deixar que ela aja em seu interior e cresça, a ponto de tornar-se irresistível sua expressão e troca." Eliana Yunes
RSS

CIRANDA DA PALAVRA

Palavras voejavam por toda a cidade quando cheguei.
Eram musicais e multicores, mas solitárias e silenciosas.
Sob o afago das mãos que as tocavam, brilhavam.
Palavras lindas... E incompreendidas. Incompreensíveis...
Pirilampos diurnos que prendiam meus sentidos e sentimentos.
Um vento suave as movia nos desvão do tempo.
Imóvel, apreciava este balé, até que num sopro mais doce, levitei!
As palavras se tornaram parceiras, se tornaram minha pele, pelo e cor.
Foi quando olhei em derredor: eram muitos os que voavam ao meu lado, numa ciranda aérea, feérica, onírica. Achei tão bonito!
Não sei quanto tempo ficamos por lá, cirandando no ar feito encantamento de fada, magia de bruxa, bandeira pirata, risada de criança, suspiro adolescente... Sei que devagar fomos descendo, paraquedas humanos, catavento de gente, até aterrissarmos nesta Duque de Caxias de tantos sonhadores.
Já tocamos o chão dançando juntos, mãos estendidas e entrelaçadas, a rodopiar com harmonia e gosto. Ciranda maneira, boa mesmo!
Nos entendíamos pelo sorriso e compreendíamos cada palavra com a respiração. E isto pulsava ali, claro como o amanhecer, pleno de sentido para quem quer que olhasse.
Publicados, éramos livros, livres, recheados significados.
Era de ver um poema, a cena que lhes conto. E passou a acontecer todo dia, qual novela. Apaixonante e densa como romance, mas simples como crônica traçada com gestos, sonhos e palavras brincantes...
Nós éramos as palavras brincantes. E ainda somos.
Agora só falta você!
Feche os olhos, inspire poesia, expire sonhos, ou o contrário, mas venha!
Voe pra cá, nos dê suas mãos, entre na roda e seja mais um brilho, uma voz, um livro-vivo, todos os dias desta semana, na nossa
CIRANDA DA PALAVRA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário